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Foto do escritorCláudia Lemes

Um polígrafo realmente funciona?

Tudo o que um leigo precisa saber sobre polígrafos em dois minutos


Sabem quem é William Moulton Marston? Ele diz que foi o pai do polígrafo, mas na verdade ele foi o criador da Mulher Maravilha! Sim, você leu corretamente. Existe até um filme que fala sobre a criação da Mulher Maravilha, inspirada na esposa dele e na amante deles: Professor Marston e as Mulheres-Maravilhas, vencedor de oitos prêmios, entre eles: Melhor Filme independente pela Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films e Melhor Diretora, pelo Alliance of Women Film Journalists. Veja aqui o trailer.



Mas Marston não criou o polígrafo, embora tenha criado o laço da Mulher Maravilha, que força a pessoa presa nele a contar a verdade. O que ele fez foi ter descoberto que há uma forte ligação entre a mentira e a pressão arterial sistólica (PAS). Mais tarde, em 1921, John Larson combinou a medição da pressão arterial com a respiração, e esse método foi usado pela polícia de Berkeley, na Califórnia, para avaliar se testemunhas estavam sendo verdadeiras ou não.


O primeiro polígrafo mesmo foi criado por um aluno de Larson, que conseguiu inventar um aparelho possível de ser transportado, e que além da pressão arterial e alterações na respiração, também media A resposta galvânica da pele (GSR), que “mede a atividade elétrica das glândulas que produzem suor nas palmas das mãos e pontas dos dedos, mais sensíveis às emoções e pensamentos” (https://www.anamrossi.com.br/biofeedback.htm). Foi esse modelo que serviu de base para os que vieram depois. Ele foi comprado pelo FBI.


Existem hoje muitos métodos de detecção de mentiras além do polígrafo. Entre eles, um software que analisa as escolhas de palavras de uma pessoa na hora de contar uma mentira, e o Certified Voice Stress Analysis. Outra ferramenta de medida é a ressonância magnética funcional. Já o polígrafo refere-se ao aparelho que foi aperfeiçoado a partir do modelo de Larson. Ele mede diversas respostas do corpo às perguntas feitas pelo analista. Daí o nome, polígrafo. Poli de muitos, grafo de escrever. O sistema mede e escreve os resultados das elevações em respiração (respiração mais curta e rasa), pressão arterial, frequência cardíaca e perspiração.


Mas funciona mesmo?


Até hoje não há consenso, na comunidade científica, de que o polígrafo detecta, com 100% de precisão, quando alguém está mentindo ou dizendo a verdade. No entanto, foi observado que examinadores bem treinados usando polígrafos podem detectar mentiras com bastante segurança. Resumindo bem, “É melhor do que jogar uma moeda para descobrir se está mentindo, mas longe de conseguir resultados consistentes e de confiança.” (https://theconversation.com/is-a-polygraph-a-reliable-lie-detector-104043).



O teste detecta se uma pessoa acredita no que está dizendo, portanto é possível que uma pessoa que se convenceu de uma mentira que conta sempre, passe no teste. Pessoas também podem ser treinadas para “ganhar” da máquina, embora não consigam fazer isso sempre.


Portanto, o polígrafo pode ajudar numa investigação – percebendo os pontos de maior reação, um investigador pode saber onde se aprofundar, por exemplo. Mas sua falta de consistência em medir com precisão absoluta quando alguém está mentindo é o que o torna inadmissível, como prova, num tribunal.


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