top of page
Foto do escritorCláudia Lemes

Minha Vida com os Serial Killers

Depois de 15 anos estudando assassinos em série, eles ainda assustam?


Quem assistiu Friends deve se lembrar de quando Joey colocou sua cópia de O Iluminado (Stephen King) no freezer, porque morria de medo do livro. Eu senti algo muito parecido quando li Serial Killer – Louco ou Cruel?, da Ilana Casoy.


Por mais que lesse livros de terror desde os 7 anos, além de ter assistido filmes como Cemitério Maldito (o antigo mesmo), Sexta-Feira 13 e A Hora do Pesadelo, aquilo era... bem, REAL.



Foi meu primeiro contato com os assassinos. Suas histórias reviravam meu estômago e muitas, como a de Karla Homolka, me fizeram chorar. Ao mesmo tempo, eu estava fisgada. Quer dizer, é tudo muito horrível, mas não deixa de exercer um fascínio fortíssimo em mim. Foi um caminho sem volta. Isso aconteceu em 2003.


15 anos depois...


Vamos acelerar para o Halloween de 2019, data em que escrevo este artigo. Hoje eu tenho três thrillers criminais publicados e bem recebidos pelo público: Eu Vejo Kate vol. 1 (elogiado pela própria Ilana Casoy) e vol. 2, e Inferno no Ártico (que hoje encontra-se #1 no ranking da Amazon de mais vendidos em Policial, Suspense e Mistério). Hoje também é simbólico porque vai ao ar o último episódio de Serial Chicks, série de true crime que fiz para o YouTube com a psicanalista de amiga Paula Febbe.



Depois de três temporadas analisando as histórias dos piores serial killers do mundo, diversas palestras sobre eles, e ao todo quinze anos consumindo biografias, cursos, relatórios do FBI, séries e manuais, eu ainda tenho medo de assassinos em série?

A resposta é: mais do que nunca!


Sejamos sinceros, as chances de cruzarmos com um serial killer são muito menores do que sermos assaltados, estuprados, atropelados ou acertados pelo tiro de algum imbecil. Mas o medo de serial killers não é totalmente racional. É bem parecido com o medo que as pessoas têm de tubarões: são cerca de 300 espécies e apenas 4 são realmente perigosas; tubarões matam menos pessoas do que cachorros, vacas e abelhas, e as chances de sobreviver a um ataque são as mesmas de continuar casado com a mesma pessoa pelo resto da vida (vish!). Mas é só entrar no mar que algumas pessoas já escutam o tema de Jaws (tum-dum...)




O mais assustador


O que me assusta nos assassinos em série é que eu estou sempre errada quando penso que já vi de tudo. Depois de estudar o que Ed Kemper fez com o cadáver de sua mãe, ver fotos das vítimas de Ted Bundy, ler as transcrições das entrevistas de Jeffrey Dahmer com Robert Ressler e ver as radiografias da pelve de Albert Fish, sempre há um artigo, uma nova descoberta, um novo assassino que fazem meu sangue congelar.


É um dos casos em que a realidade é muito mais estranha do que a ficção. Como autora, às vezes leio uma avaliação de um livro meu que diz que eu exagerei. E na minha cabeça eu berro: “Mas minha senhora, isso não chega nem perto da realidade!”. Talvez o que realmente me deixe desnorteada não sejam os crimes em si, e sim que o tipo horrendo de infância que a maioria deles viveu é mais comum do que qualquer pessoa consegue imaginar. E a segunda constatação que tira meu sonho é: algumas pessoas, como eu (e provavelmente você) se sentem fascinadas e repelidas por assassinos em série, mas algumas realmente os considera heróis. O que passa pela cabeça de uma mulher que faz uma tatuagem das marcas de mordida do Bundy na própria nádega, imitando um dos atos do serial killer contra uma vítima real? O que leva um rapaz a endeusar homens como Rodney Alcala? Eu acho que psicologia nunca vai ter uma resposta definitiva.



Rodney Alcala, serial killer que foi mandado três vezes para o corredor da morte, inspiração para um assassino fictício do meu livro Eu Vejo Kate vol. 2. Recomendo sua biografia, "The Dating Game Killer" da Stella Sands, um livro que respeita as vítimas.

Eu não busco mais respostas. Escrevo e falo sobre as consequências de abusos graves, falo sobre como a sociedade dá combustível para muitos desses assassinos, tento desmistificar e resromantizar esses homens e mulheres e ao mesmo tempo exorcizar meus demônios escrevendo histórias sobre eles – algumas nas quais posso me dar ao luxo de colocar finais felizes.


Recomendações

Livros


Serial Killers: Anatomia do Mal, Harold Schrechter

A Enciclopédia dos Serial Killers, Michael Newton

Mindhunter, John Douglas e Mark Olshaker

Serial Killer: Louco ou Cruel e Serial Killer: Made in Brasil, Ilana Casoy



Parte da minha coleção

Você lê bem em inglês? Corra atrás destes títulos:


Profilers: Leading Investigators take you inside the criminal mind, John H. Campbell and Don DeNevi

The Killer Book of Serial Killers, Tom Philbin and Michael Philbin

The Encyclopedia of Crime, Oliver Cyriax

The Dating Game Killer, Stella Sands


Outros:


Killer Clown, Terry Sullivan e Peter T. Maiken (recentemente traduzido para o português pela Darkside books)

The Stranger Beside Me, Anne Rule (recentemente traduzido para o português pela Darkside books)


Séries





Dexter (não é muito realista, mas em termos de ficção, e tirando o último episódio, é muito boa)

The Following

True Detective

Real Detective

The Fall

Criminal Minds


Meus filmes preferidos


A Cela

Copycat

Seven

Instinto Secreto

Silêncio dos Inocentes

Kalifornia

Do Inferno


Links úteis:


120 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Motivos para contratar um ghostwriter

À medida que o mundo avança em uma busca incessante por excelência, a demanda por conteúdo escrito de alta qualidade disparou. De...

Hozzászólások


bottom of page