São incontáveis tretas e opiniões nas redes sociais, mas a verdade é que existem vantagens e desvantagens nas duas formas de publicação. Vamos ao nosso pequeno guia, para quem tem pressa.
Disclaimer: para dar detalhes, números e valores, precisamos nos basear nas práticas comuns do mercado. Sempre haverá exceções, mas não é com elas que estamos lidando neste post.
Por que não publicar de forma “tradicional”?
O autor com sonho de publicar por uma grande editora e conquistar milhares de fãs pode ficar muito frustrado ao entrar no mercado editorial e descobrir que:
Editoras grandes investem apenas uma pequena porcentagem do seu dinheiro em autores nacionais. Entre esses autores, a grande maioria é de não-ficção. Mesmo quando são autores de ficção, elas dão preferência aos consagrados, de obras mais literárias, e aí sobram duas ou três vagas para publicar ficção nacional de gênero. As chances são que essas três vagas vão para autores vencedores de prêmios literários.
Há espaço para bons autores de ficção de gênero serem “descobertos” e publicados por grandes editoras? Claro que sim. Mas as chances são pouquíssimas, principalmente se você não tem público formado e ninguém para te indicar aos editores.
"Mas eu leio tantas dicas de como chamar atenção de editoras grandes... estão mentindo para mim?" Não, mas vender sonhos é lucrativo. Se você conversar com autores publicados por essas editoras, vão notar que não foi apenas a qualidade de sua escrita que garantiu aquele espaço – muitas vezes, há anos ou até décadas de trabalho, amigos, agentes literários e muita história por trás da contratação.
A melhor aposta para autores nacionais de gênero hoje é encontrar editoras médias e pequenas dispostas a apostarem em você. Muitas abrem editais e concursos, outras são mais fechadas, mas vale a pena focar nelas, que podem te dar os mesmos benefícios dos grandes grupos. Encontre as editoras que focam no seu nicho.
Eu não quero esperar anos ou décadas. Quero publicar hoje. O que fazer?
A carreira do autor consiste em escrever e publicar, escrever e publicar, escrever em publicar. No final, é só isso. É nesse ciclo que o autor ganha novos leitores, recebe feedback, conhece pessoas relevantes para sua carreira, aprende e ganha destaque. Minha dica? Não espere a tal editora. Vá estudando, escrevendo e publicando até as oportunidades aparecerem.
Publicação independente: vantagens e desvantagens.
A publicação independente é um caminho tanto para quem está começando, quanto para quem já conquistou seu público e não precisa mais de uma editora. Autores de sucesso já estão percebendo que o público compra seus livros, quer estejam numa grande editora ou não, e que às vezes é muito mais rentável e satisfatório seguir carreira solo.
Principais formas de autopublicação:
Publicar apenas em e-book, usando a Amazon e outras plataformas.
Publicar o livro (e-book, impresso ou os dois) por financiamento coletivo.
Publicar o livro impresso usando seu dinheiro para contratar profissionais e gráfica, e depois os revender em site próprio, lojas online ou em feiras. A Amazon também oferece impressão de livros, mas com a cotação do dólar, dependendo da época, os valores podem ser impraticáveis.
Publicar livro impresso sob demanda, onde você configura a obra e uma editora especializada em impressão sob demanda imprime e envia o livro ao comprador.
Vantagens da autopublicação:
Você tem a liberdade para publicar o que quiser, quando quiser, na frequência que quiser.
Sem intermediários, você pode ganhar mais dinheiro.
Você vai contratar os prestadores de serviço, então tem total controle do design gráfico, capa etc.
Você acaba aprendendo bastante sobre produção editorial.
Desvantagens da autopublicação:
Demanda tempo e muito trabalho.
Dependendo da forma escolhida, você pode perder dinheiro (por exemplo: seus livros vendidos por demanda não chegam a acumular royalties o suficiente para a plataforma te pagar ou você investe milhares de reais numa impressão e não vende muitos exemplares).
Demanda know-how. O autor iniciante pode cometer muitos erros, desde contratar profissionais desqualificados, quanto pular etapas importantes, algumas exigidas pela lei, inclusive.
Sozinho, suas chances de alcançar muitos leitores são menores.
Publicação paga numa editora prestadora de serviços: vantagens e desvantagens
Eu costumava dizer que só valia a pena contratar uma editora prestadora de serviços se um desses serviços fosse a distribuição em livrarias físicas. A pandemia mudou essa opinião. Cada vez mais, os leitores preferem comprar online. Idas às livrarias podem ser frustrantes, porque nem sempre elas têm os livros que desejamos, e os valores cobrados beiram o absurdo. Quase sempre, a compra online, mesmo com frete, oferece uma experiência mais rápida, menos estressante e mais barata.
Vantagens:
Se a editora for idônea, ela terá um profissional para preparar e editar sua obra, e isso faz uma enorme diferença na qualidade final do livro.
A editora tem o trabalho de contratar profissionais e coordenar a edição do livro, então você não precisa lidar com capistas, diagramadores, revisores, pagamentos, prazos...
A editora provavelmente vai ter um plano de divulgação para o seu livro e assim, você tem mais chances de alcançar novos leitores.
A editora deve participar de eventos e feiras, potencializando o alcance do seu livro.
Desvantagens:
Obviamente, há um custo. Você paga pelos serviços de edição, preparação, revisão, diagramação, capa, distribuição, marketing e administração.
Muitas editoras enrolam autores. Cuidado com o contrato! O contrato deve especificar a tiragem, a porcentagem de royalties, quando esses royalties devem ser pagos, a data de publicação do livro... Tudo precisa ser especificado. Fuja de editoras que cobram multa se você publicar livros com outras (afinal, é você que está contratando a editora, não o contrário).
Cuidado com os valores. Se uma editora está cobrando R$ 2.000 e prometendo a impressão de 200 livros + edição + revisão + capa + diagramação + ISBN + ficha catalográfica + código de barras, vale a pena ir atrás de alguém que já publicou com eles. Esse orçamento é irrealista, baixo demais para o mercado, e você deve ficar desconfiado.
Decidi que no meu caso, vale a pena contratar uma editora prestadora de serviços, e agora?
Siga a editora nas redes sociais e observe como ela se comunica com seus leitores, como ela responde às reclamações, o que seus autores dizem sobre ela, sua postura, seu estilo, engajamento etc;
Visite o site da editora. Como ela se comunica? Oferece muitas informações sobre seus produtos e serviços? Como são os livros? Quais gêneros ela publica?
A editora publica qualquer pessoa que paga, ou ela faz uma seleção das obras que deseja publicar, para garantir qualidade?
Veja se há muitos autores reclamando da editora no Reclame Aqui e sites parecidos. Como as reclamações são respondidas?
Observe a figura do publisher ou editor. Essa pessoa tem experiência como editor? Tem cursos na área? O que dizem as pessoas que trabalharam com ela no passado?
Quando você se comunicar com um representante da editora, observe sua postura. Essa pessoa não deve parecer desesperada em publicar sua obra, deve saber explicar quais serviços estão envolvidos e precisa estar disposta a explicar as cláusulas do contrato com paciência.
Não há valor certo para a publicação, pois isso depende da tiragem (quantos exemplares serão impressos), serviços contratados etc. Fique atento quando o valor da publicação completa (levando a impressão e todos os serviços mencionados acima em consideração) for inferior à R$ 3.000 ou superior à 12.000 (tendo como base tiragens entre 100 e 400 exemplares). Há exceções, claro.
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fui publicar meu livro de poesia numa prestadora de serviços, e a editora de produção era grossa comigo, perdi a paciência e mandei ela pra aquele lugar.
aí a beleza do SEO me manda e-mail falando que eu cometi crime, e ñ devolveram meu dinheiro, to pensando em fazer autopublicação agora.