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5 Filmes sobre escritores que todo escritor deveria ver

Para toda lista que faço, eu penso no que não estou colocando nela. Neste caso, nos filmes sobre escritores que eu sei que existem e são bons, mas por motivos de força maior eu não tive a oportunidade de assistir ainda. Não tenho a cara de pau de fingir que vi certos filmes, portanto muitos não estão na lista. Para quem está lendo, no entanto, sinta-se livre para acrescentar mais itens nos comentários.


Os Contos Proibidos do Marquês de Sade


Eu precisava começar com o meu preferido da lista. Assisti a esse filme na época do lançamento nas locadoras e pirei, não só pela performance de Geoffrey Rush, mas pela ambientação sombria e meio pessimista e a forma como a compulsão pela escrita é retratada quando o Marquês escreve nas paredes com merda e até o próprio sangue quando tiram a pena dele. O filme toca em outros temas, entre eles a hipocrisia, e é um prato cheio para escritores quando estão numa vibe melodramática.




A Esposa


Um famoso autor ganha o Prêmio Nobel da Literatura, mas há suspeitas de que sua esposa é a verdadeira escritora das obras. A sutileza da atuação da Glenn Close é o que impulsiona o filme para frente, assim como a gradual tensão da trama, que na verdade é bem simples. Os eventos são na maior parte psicológicos, com alguns flashbacks e diálogos afiados que vão tecendo a verdade numa história de mentiras. Excelente filme.

Sidenote: como pode o Christian Slater não ter envelhecido nos últimos 25 anos? Lestat, você teve algo a ver com isso?



Meia Noite em Paris


Não sou fã do Woody Allen, mas por pura pressão da minha mãe, decidi ver o filme uns 8 anos atrás. É daqueles cuja história também é simples, mas com camadas e diálogos que fazem você sorrir, principalmente se consegue pegar as referências. Para mim, o que vale a pena é imaginar-se no lugar do protagonista ao conhecer seus maiores ídolos, como Hemingway e Fitzgerald. É um filme que não te abala psicologicamente, mas que tem sua dose de magia.


Misery


Falando em abalar psicologicamente, Misery é um dos melhores livros do Stephen King, e a mensagem não é nada sutil. A trama é descomplicada, também: um escritor sofre um acidente de carro e é resgatado pela sua “maior fã”, que tem experiência com enfermagem e cuida dele. Quando ela pega o manuscrito do autor, que estava com ele no acidente, e descobre que ele mata a protagonista da série de livros que o tornou famoso, ela pira bonito e exige que o autor escreva o livro de um jeito diferente, tornando-o seu refém. Misery é sobre uma coisa que eu já falei algumas vezes: quando o leitor encara o livro como um produto, e ele mesmo como um consumidor daquele produto, partindo do pressuposto que a história foi feita para agradá-lo. Livros são obras de arte, e a arte nunca vai ser “perfeita” ou agradar a todos, porque não é para isso que ela foi feita. É claro que um leitor pode não gostar de um livro – isso só significa que ele não é o público daquele livro. O que é bizarro é quando ele odeia o livro pelo puro fato de que não foi escrito como ele gostaria que fosse. É por isso, na minha opinião, que Annie Wilkes, a vilã de Misery, é tão infantil no seu jeito de ser. Encarar a arte como algo que é feito para você é infantilidade.


Shakespeare Apaixonado


Não escondo que amo Shakes desde que comecei a fazer teatro em 1992. Eu adoro sua escolha de palavras, a forma como ele conseguiu ser basicamente um plagiador que se safou por causa de seu talento como escritor, e principalmente, a vibe das troupes de teatro na época da minha rainha preferida entre todas, Elizabeth I. O filme Shakespeare Apaixonado só peca pela atuação bunda de Gwyneth Paltrol, que ganhou um Oscar que deveria ter sido de Cate Blanchett. Fora isso, e se você tem noção de que o filme não foi feito para ser fiel aos fatos históricos, ele é divertidíssimo. E para fãs de Shakes, tem muitas referências deliciosas. Eu gosto muito do padre que berra “A plague on both your houses!”, referindo-se aos teatros rivais (coisa que realmente rolava na época), frase famosa de Mercutio em Romeu e Julieta, quando ele amaldiçoa as duas famílias.

Ah, e tem um elenco fodíssimo.



Bônus: Mary Shelley


O novo filme sobre Mary Shelley, disponível no Netflix, me fez chorar rios. Ele não é nada extraordinário, mas é competente e tocante. O foco é nos eventos difíceis da vida de Mary, facilmente compreendidos pelas mulheres que assistirem o filme, e como isso vai moldando a mulher na qual ela se torna. Eu poderia dizer mais em relação a criação de Frankenstein, mas isso pode estragar sua experiência ao ver o filme. Belíssimo e necessário.



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